sexta-feira, 29 de junho de 2007

IMPUNIDADE




28.06, 17h39
por Rodrigo Constantino "A complacência de hoje é paga com a angústia de amanhã; e se ela persiste, com o sangue de depois de amanhã." (Suzanne Labin)O caso dos delinqüentes de classe média que agrediram uma empregada doméstica na madrugada carioca gerou, com toda razão, muita revolta na população. As absurdas declarações, tanto dos agressores como do pai de um deles foram chocantes. Pensaram que se tratava de uma prostituta, e por isso espancaram a coitada, como se bater em prostituta fosse algo normal e aceitável. E o pai alegou que "crianças" que estudam e trabalham não deveriam ir para a cadeia. A sensação de que o crime ficará impune é angustiante, como sempre.



Nos remete ao lamentável caso do índio queimado enquanto dormia por assassinos que logo estavam soltos, de volta à sociedade. A impunidade é, sem dúvida alguma, um dos principais problemas do país, se não o principal.Muitos automaticamente afirmam que os ricos não são presos no Brasil. É verdade, mas os pobres também não são! Falar que há muito mais pobre que rico nas cadeias é confundir correlação com causalidade. Ora, há mais pobre que rico no país! O fato triste é que existe uma enorme impunidade, tanto para ricos como para pobres. Por acaso os invasores de propriedade privada do MST estão na cadeia? Os pobres que assaltam nos locais já conhecidos por todos no Rio de Janeiro estão presos? Os corruptos do "mensalão" estão presos? Quem dos 40 membros da quadrilha montada pelo PT está na cadeia? Seja rico ou seja pobre, o fato é que tem muito criminoso solto no Brasil, pois o império da lei simplesmente não existe.



O caso do espancamento da doméstica deveria servir para a reflexão de muitos "intelectuais" e políticos que, imbuídos do ranço marxista, definem como critério de criminalidade a conta bancária das pessoas, chamando todo pobre de potencial assassino. Colocando como principal causa da criminalidade a miséria, e não a impunidade, estão tratando todo favelado como potencial bandido, ignorando que a ampla maioria das favelas é feita por gente honesta. A lição que a doméstica espancada tem para dar a esses "intelectuais", como os membros da ONG Viva Rio, é muito valiosa. Uma mulher humilde, mas que nem por isso ignora os valores corretos da vida. O caráter das pessoas não é medido pelo saldo no banco, e esses ricos "intelectuais" saberiam disso se olhassem com sinceridade para um espelho!Aqueles que culpam a pobreza pela criminalidade ignoram que vários criminosos são de classe média ou mesmo alta. Em Brasília, por exemplo, existe talvez a maior concentração de ladrões por metro quadrado no país, especialmente mais perto do Planalto.



São pessoas ricas, que gastam fortunas para serem eleitas, mas que roubam como ninguém. O próprio Marcola, líder do PCC, não era um miserável. Os indivíduos reagem a incentivos, sem falar que certas figuras são "frutos podres" mesmo, algo que infelizmente sempre irá existir, por inúmeras causas diferentes. Para lidar com bandidos é preciso a lei, a punição. Passar a mão na cabeça de marmanjos delinqüentes não é a solução. Isso vale para esses garotos de classe média, assim como vale para os mais pobres. A esquerda parece desejar a punição somente para os primeiros, sendo inexplicavelmente complacente com os últimos. Se alguém de classe média ou alta pratica um ato criminoso, os esquerdistas querem punição severa, com razão. Mas são os primeiros a inocentar todos os bandidos mais pobres, como se a pobreza justificasse a criminalidade. O liberalismo defende o império da lei, o que significa isonomia de tratamento, igualdade perante as leis.



Não importa se o criminoso é alto ou baixo, gordo ou magro, negro ou branco, crente ou ateu, homem ou mulher, rico ou pobre, ele deverá ser punido pelo ato criminoso em si, como qualquer outro seria. Quem enxerga o mundo pelas lentes da parcialidade e preconceito são os esquerdistas, que disseminam o ódio de classes, raças, sexo etc. Defendem cotas raciais, afirmam que ricos exploram pobres, enfim, vivem de colocar uns contra os outros em falsas dicotomias, ignorando justamente a igualdade perante a lei, um dos mais importantes valores da sociedade. Se o Brasil pretende ser um país civilizado e avançado, precisa entender a relevância do império da lei. A impunidade é o maior convite ao crime.


Privilégio vem de privi leges, ou leis privadas, feitas para beneficiar algum grupo sempre em detrimento de outro. Isso é o oposto do conceito objetivo de justiça, presente no liberalismo, que defende o fim de todos os privilégios. A justiça é cega, ou seja, ela não deve enxergar a cor, a "raça", o sexo e, sim!, também a renda. Não deveria importar o saldo da conta bancária, apenas o ato cometido. A revolta contra a impunidade dos "filhinhos de papai" é absolutamente justificável e correta. O que não dá para entender é a complacência com os crimes dos políticos de esquerda e do MST, por exemplo. O uso de dois pesos e duas medidas é contraditório ao conceito de justiça. O próprio termo "justiça social" é contrário ao conceito de justiça. Vamos dar um basta à impunidade!


http://rodrigoconstantino.blogspot.com

terça-feira, 19 de junho de 2007

O escritório secreto do "Insólito Homem" vendedor da Honra da República do Brasil
























Do Observatório de Inteligência
Por Orion Alencastro

Como cenário, os fins de semana na cidade do Obelisco dos Heróis da Revolução de 1932 quando a sociedade, sob céu azul e esparsas nuvens, relaxa em busca de lazer, exercícios físicos, banho de sol no Ibirapuera e em outros parques da intrépida capital dos brasileiros que amam o trabalho digno e desejam o progresso da Pátria, com respeito à Lei e à Ordem. São sucessivos sábados e domigos em que a sociedade busca se refazer das angústias e inseguranças do destino do país, impactado há longos anos pela escalada da corrupção que alcança os três poderes da República.


O Vôo do Crime e os encontros secretos


Nas coordenadas S 23º 33`13.1"/WO 46º 39` 11.3", sob a cobertura do edifício de vidraças indevassáveis(Foto no alto À E), discretos agentes de segurança comunicam-se com o 17º andar. No diálogo, a confirmação de que o helicóptero já alçou vôo e está a caminho do pouso sempre alvissareiro. À bordo, um "insólito homem" chegando para mais um encontro períodico de atualizaçao e continuidade de assuntos sigilosos de elevadíssimo comprometimento.


Naquele andar, um impecável e amplo escritório está sempre à disposição do "insólito visitante", com todas as facilidades que pedem tão importante pessoa. Algumas figuras de considerável poder econômico e influência global no pretendido Governo Mundial aguardam o visitante. Os circunstantes são avisados de que o pouso da aeronave no heliponto SDSZ foi positivo. Seus passageiros, geralmente em torno de quatro, são observados mais uma vez por empregados que fazem a manutenção do prédio vizinho e assistem o dissimulado desembarque da "insólita personalidade" que vai ser recebida no luxuoso escritório.

A venda da honra da República


Os poucos e selecionadíssimos presentes secretamente agendados recepcionam e, amistosamente, cumprimentam o "insólito homem". Sucos, água e café são servidos. Dispensam-se os seguranças e as portas são cuidadosamente fechadas. Tem início mais uma reunião no alto do nobre prédio na mais paulista das avenidas de São Paulo. Toma-se a pauta do encontro anterior sobre potencialidades, projetos e riquezas nacionais. Inicia-se a avaliação de outros ajustes de facilidades, acomodações de interesses corporativos e pessoais, sob pena de ferir os interesses estratégicos do país. É a venda da honra da República do Brasil.

O calmo e circunspecto anfitrião(foto à D com a máfia dos caça níqueis) consulta o seu valiosíssimo relógio de pulso: duas horas foram o suficiente para os acertos. O encontro encerra-se com a degustação de uma última dose de legítimo scotch, com gelo de água mineral importada. A segurança é avisada que o encontro está terminado. O tripulante da aeronave surge no heliponto para iniciar os procedimentos de retorno à base.


O "insólito barbudo"

Nosso protagonista não esconde a euforia pelo encontro. Despede-se amigavelmente, curvando-se ao que foi aventado. É discretamente acompanhado até a porta da cobertura. Do edíficio em frente é avistado por faxineiras e limpadores de vidraça que se espantam com a semelhança de sua compleição física àquele que costuma aparecer nas manchetes de jornais e noticiários da TV. Antes de embarcar no helicóptero, o "insólito homem" sente a sua barba, esbranquiçada pelo poder e pela desonra, ser acariciada pelo frescor do eterno vento sul. O piloto acena para o segurança que porta o extintor de incêndio e a aeronave se levanta. Ao fundo da Avenida Paulista o "insólito passageiro" deslumbra-se com o Jaraguá(Guardião do Vale).


Analisa por instantes sua barba e cabelos desalinhados no reflexo da janela, relaxa o corpo e cai em sono profundo ao lado do segurança. Em sonho, possivelmente o próxímo embarque para o outro lado do Atlântico, conforme a agenda deixada na capital da sua república. Tudo não passa de mais um encontro que se repete em tais circunstâncias nos fins de semana, onde o "insólito governante" negocia e vende a Honra da Pátria no mercado negro da geopolítica do poder global. (OI/Brasil acima de tudo)

segunda-feira, 18 de junho de 2007

O irmão de Lula




Por Ipojuca Pontes - ipojuca@wscom.com.br









Na sucessão de escândalos que tomam conta do país, agora em intervalos semanais, a bola da vez é o irmão do presidente Lula da Silva, Genival Inácio da Silva, o Vavá, suspeito de tráfico de influência e exploração de prestígio na prática de um “lobismo” que alguns comentaristas definem como de “fancaria”. De fato, Vavá não é nenhum noviço na rendosa atividade: em 2005 a revista Veja, a partir de farto material, denunciava o irmão do presidente de ter aberto um escritório em São Bernardo, São Paulo, para intermediar negócios entre empresários sequiosos de privilégios e os diversos organismos oficiais controlados pelo governo petista. À época, apanhada com a boca na botija, Vavá negou que intermediasse negócios em ministérios ou órgãos governamentais, assegurando aos repórteres bisbilhoteiros que apenas explorava uma agência de viagens com “dois amigos de confiança”. Passados dois anos, o irmão do presidente volta às manchetes, agora com dois novos amigos, Dario Morelli Filho e Nilton Cezar Servo.




O primeiro, um membro do PT, compadre de Lula e segurança na campanha presidencial de 2002; o segundo, um ex-deputado estadual do PSB-PR, acusado de comandar quadrilha de jogos ilícitos em vários estados – os três apontados pela Polícia Federal como lobistas envolvidos em negociatas lesivas ao interesse público. A partir de gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal, com autorização judicial, o país ficou sabendo das manobras lobistas de Vavá, tido pelos companheiros contraventores, curiosamente, ora como um “véio picareta” ora como um puro e simples “cara-de-pau filho da puta”. Com efeito, perfila nas gravações da PF um vasto repertório de conversas suspeitas e indicativas do mais desavergonhado “lobismo”. Numa delas, prometendo viabilizar pedidos, o Vavá informa aos parceiros, com um tanto de empáfia, que falou com o próprio Lula a respeito das máquinas de jogos eletrônicos (“caça-níqueis”), advertindo ao irmão-presidente que “esse pessoal (do governo?) precisa andar mais rápido”. No esquema das negociatas encaradas como lobby a Polícia Federal tem Vavá na conta de mero “terceirizado”, recebendo “empréstimos”, em geral, na ordem de R$ 2 mil, classificados como “pacotinhos de dinheiro”. Segundo as gravações, o trabalho de Vavá consistiria em explorar o prestígio de irmão do presidente junto a bancos oficiais, estatais, ministérios e até o Superior Tribunal de Justiça. Numa dessas operações, em que traficaria sua influência em favor de ruralistas de São Paulo num caso de desapropriação de terra feita pela hidroelétrica de Furnas, negócio arrumado pelo ex-deputado Servo, Vavá teria resolvido a coisa em Brasília, sozinho, dando um “banho” nos sócios – razão pela qual foi considerado pelo ex-deputado como um “picareta véio”. O ocupante do Palácio do Planalto tem encarado a Operação Xeque-Mate com algum desconforto. De início, quando o caso ganhou as manchetes dos jornais, embora realçando o papel da Polícia Federal, Lula disse acreditar na inocência do irmão mais velho, para ele, um “paizão ingênuo”.




Posteriormente, diante da evidência das intermediações escabrosas, o presidente, que já sabia da ação do irmão-paizão desde 2005, admitiu que Vavá, no caso, estava mais para lambari (peixe de tamanho reduzido) do que para um “cardume de pintados” (peixes de tamanho avantajado). De tamanho avantajado ou não, dentro do esquema considerado criminoso pela Policia Federal, o fato é que muito provavelmente o lobista Vavá apenas será chamado às falas, como foi anteriormente, e logo depois esquecido – até a emergência de novos escândalos, a desmoralizar ainda mais a já desmoralizada nação brasileira. De cabeça, nesta cantiga monótona, menciono, ocorridas no governo Lula, as operações Navalha, Furacão, Anaconda, Vampiro, Themis, Sanguessuga, Xeque-Mate, etc., envolvendo cerca de 5 mil pessoas, entre elas Jorge Lorenzetti, Freud Godoy, Oswaldo Bargas, Luiz Gushiken, Delúbio Soares, José Genoíno, Antonio Palocci, Ricardo Berzoini, Silas Rondeau, Silvio Pereira, Duda Mendonça, Humberto Costa, Zé Dirceu e Paulo Okamotto. Até hoje, ninguém ficou atrás das grades por mais de 72 horas, se a tanto chegou.




Salvo exceção, todos estão livres e armando novos e promissores negócios na órbita do poder. E sejamos justos: salvo exceção, a sociedade já perdeu a noção do que seja a palavra decência nos escaninhos do poder. Parte da população considera tudo perfeitamente compreensível, pois “a vida é mesmo assim”, sendo considerado idiota quem não entrar na dança. Nos seus cadernos do cárcere, Antônio Gramsci ressaltava a importância de se usar as prerrogativas da liberdade da democracia representativa para se chegar ao comunismo. Na “guerra de posições” adotada pelo partido hegemônico, o importante, como passo inicial, é pulverizar os valores éticos e morais que alicerçam os pilares da democracia burguesa para, em seguida, esmagá-la sem derramar gota de sangue. Assim, a corrupção, ou o estado aético em vigência, não passa de um instrumento estratégico na “transição para o socialismo”, com o qual seria viabilizado em definitivo o projeto totalitário de poder.




É como diria Natchaiev, autor do Catecismo Revolucionário que levou Lenin à tomada do poder na Rússia: “Para se chegar aos fins pretendidos, será necessário incrementar o escândalo, o vício e a delação. Tudo deverá ser reduzido ao mesmo denominador comum. Provocaremos convulsões e o fundamental será o povo acreditar que temos consciência dos nossos objetivos igualitários. Espalharemos incêndios, criaremos lendas, daremos armas aos conspiradores. Então começará a desordem! O mundo marchará numa confusão jamais atingida. As trevas cobrirão tudo e a Terra chorará seus antigos deuses!” No caso brasileiro, qual é a dúvida?

segunda-feira, 11 de junho de 2007

O professor de Harvard




Desconfio de todo sujeito que não desconfia de intelectuais salvacionistas, em geral, e de intelectuais como Mangabeira Unger, em particular. O professor Unger, que leciona na Universidade de Harvard, tendo em vista o seu complicado ingresso nas hostes do governo tem sido o prato predileto do noticiário dos jornais e das análises dos chamados “formadores de opinião”. O plot dramático da questão diz respeito à prevalecente contradição ética entre o sujeito que considerou o governo Lula como “o mais corrupto da história”, ao tempo em que luta como um cão danado para servir a este mesmo governo. Lula, de início, diante do contraditório, deu uma de “superior”: não satisfeito com a existência de 36 ministérios - nos quais colocou dezenas de milhares de “companheiros de viagem” -, criou uma Secretaria de Ações a Longo Prazo, a Sealopra, diretamente vinculada à presidência da República, para atender o reclamo empreguista da base aliada e, o que é pior, prever, analisar e construir o “futuro do Brasil”.



O nome indicado pelo vice-presidente Alencar e membros do governo para cumprir tão fantasiosa tarefa foi justamente o de Mangabeira Unger, cientista político, articulista da Folha de São Paulo e neto do velho Otávio Mangabeira, antigo governador da Bahia e ministro das Relações Exteriores – que o Barão de Itararé chamava algo debochadamente de Oitavo Manga a Beira do Abismo, devido ao fato de ter sido exilado algumas vezes pela vontade ditatorial de Getúlio Vargas – a quem o mesmo Itararé chamava de G. Túlio Dor Nelles Vargas. A trajetória do professor Mangabeira é no mínimo curiosa. Depois de escrever livros transbordantes de tessituras críticas ao impasse do desenvolvimento brasileiro, sempre adotando uma postura messiânica, se fez, no final dos anos de 1980, mentor político de Leonel Brizola, o homem das “perdas internacionais”, na época candidato à presidência da República. Com a derrota do caudilho, o professor de Harvard, na virada do século, sempre na vã esperança de consertar o Brasil, tornou-se guru do agora lulista Ciro Gomes, o homem que Collor de Mello, em certa ocasião, disse não ter “aquilo roxo”. Com a derrota de Ciro Gomes em 2002, o visionário Unger ficou à deriva, voltou aos Estados Unidos para não perder o forte sotaque ianque e, de lá, mais uma vez delineou saídas miraculosas para a crise brasileira. Como solução do impasse crítico, ele apontava a necessidade de se partir para o desenvolvimento de “uma produção solidária”, que nos levasse ao patamar de uma “concorrência flexível e inovadora”.



O professor afirmava peremptório que seria de bom alvitre o uso da “imaginação e da coragem”, tendo como mola propulsara a “mobilização da classe média”, para, só então, “se chegar ao povo como centro de gravidade”. Num linguajar metafórico, Unger reverberava sobre a importância de se “romper como a múmia” e da urgência, para superar a crise nacional, de se “morrer de uma vez” – seja lá o que isso venha a significar. Embora o receituário do professor de Harvard mencionasse a obrigatória “mobilização da classe média” para a “reorientação espiritual do país”, o fato concreto é que o seu projeto alternativo passava (e passa) pela “decisiva intervenção do Estado”. Para o luminar de Harvard, só com a presença do Estado seria possível “demarcar os caminhos que levam a reconstrução institucional e, daí, ao pleno desenvolvimento”. Em suma, por trás da postura incisiva e do tom acadêmico imperativo, o que a pretensiosa ciência política de Mangabeira Unger preconizava (e preconiza, até hoje) era e é o mesmo xarope receitado por qualquer vereador semi-analfabeto de Cuxixola ou Catolé do Rocha, no interior da Paraíba: mais governo, mais leis protecionistas e mais impostos.



Como qualquer sujeito vivido na manha estatizante percebe, o desenvolvimento a partir de qualquer projeto futurista de engenharia social é simplesmente improvável de acontecer. O planejamento estatal para o desenvolvimento a curto, médio ou de longo prazo é, quase sempre, uma balela para enganar trouxas e justificar ambições políticas de manutenção e conquista do poder – como parece ser o caso em foco. Querem um exemplo do que afirmo? Pois ai vai: a Rússia e os países que formavam a antiga URSS, depois de incontáveis planos qüinqüenais, elaborados por “cabeças” burocráticas tidas como invejáveis, continuam ainda hoje subdesenvolvidos ou em eterno estágio de “emergência” – muitos deles sem solucionar sequer o problema da cesta básica. As planejadas sociedades de Cuba, Vietnã, Coréia do Norte, Venezuela (apesar do Petróleo) e a própria China (que cresceu apenas em cinco grandes províncias depois da adesão à “anarquia” da economia de mercado), continuam com baixo padrão de vida, baixa eficiência dos serviços e oferta de mão-de-obra farta, mas desqualificada. Pelo que informam os jornais, a nomeação de Mangabeira tornou-se problemática não por que tenha considerado o governo Lula “o mais corrupto da história”, coisa que todos sabem, mas porque o cientista político processou a Brasil Telecom, empresa que tem fundos de pensão de estatais como acionistas, o que irritou o ocupante do Planalto. (O professor Unger queria meter no bolso R$ 2 milhões da telefônica, por salários não pagos). Nada disso transcende ao fato de que, no fundo, Lula e o homem de Harvard não passam de farinha do mesmo saco. Um pela força da demagogia, o outro pelo pretensioso discurso acadêmico, os dois tem como objetivo comum manter dependente uma população historicamente submissa, a viver secularmente à espera de fantasiosas promessas governamentais desde que o Brasil é Brasil. Ia escrever que só a força do trabalho e a capacidade criativa do indivíduo e da sociedade geram o crescimento, mas acabou o espaço. Fica para outra ocasião.

domingo, 10 de junho de 2007

EU QUERO SABER DE TUDO


por Diogo Mainardi, na Veja



Um delegado da Polícia Federal, citado por O Globo, definiu Vavá como "um cara simples, quase analfabeto, que enrola as pessoas". Eu diria que ele possui todos os predicados para suceder ao presidente da República. Vavá 2010.

Dois anos atrás, quando VEJA publicou que Vavá intermediou encontros sigilosos no Palácio do Planalto entre homens de negócios e o principal assessor de Lula, Gilberto Carvalho, ninguém deu bola para o assunto. Por algum tempo, os oposicionistas ameaçaram convocar Vavá e Gilberto Carvalho à CPI dos Bingos, mas acabaram desistindo com o argumento de que a vida particular do presidente deveria ser mantida longe da luta política.

Lula tem direito a uma vida particular? Renan Calheiros tem direito a uma vida particular? Algum político tem direito a uma vida particular? A imprensa acredita que sim. Mais do que isso: a imprensa acredita que pode determinar o que é um fato de interesse particular e o que é um fato de interesse público. Se um político tem um filho fora do casamento, a imprensa o considera um fato de interesse particular. Ela só passa a considerá-lo um fato de interesse público quando uma empreiteira paga suas contas.

Os jornalistas conhecem a intimidade dos políticos. Eles ficam a maior parte do tempo bisbilhotando os detalhes mais sórdidos sobre essa gente. Mas só publicam o que, para eles, estamos aptos a entender. A imprensa atribuiu-se um papel civilizador. Ela argumenta que é uma selvageria julgar um político a partir de seus hábitos privados. Por isso, sonega sistematicamente qualquer notícia a esse respeito.

Eu nunca me escandalizo com o comportamento dos outros. Mas me recuso a aceitar que a imprensa imponha seus valores omitindo os fatos. Se um senador é adúltero, eu quero saber. Se uma ministra dormiu com um presidente, eu quero saber. Se a mesma ministra traiu o marido com um líder oposicionista, eu quero saber. Depois concluo do jeito que quiser.

Os brasileiros acham que o fetiche da imprensa americana pela vida amorosa dos políticos é um sinal de jequice. Eu acho que jequice é delegar a um repórter de uma sucursal de Brasília a escolha sobre o que eu devo ou sobre o que eu posso saber. Os políticos precisam se sentir permanentemente vigiados. Quando a imprensa acoberta seus deslizes privados, termina por acobertar também seus crimes públicos.

A política brasileira é repulsiva. A gente deveria punir os políticos arruinando sua vida particular. Ao contrário do que se diz, não há nada de errado nisso. Se as aventuras sexuais de Marco Antônio foram relatadas pelos romanos, por que os brasileiros não haveriam de relatar as de Renan Calheiros? Renan Calheiros está para Marco Antônio assim como o Brasil está para a Roma Antiga. Marco Antônio 2010. Renan Calheiros 2010.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Até onde a paciência admite o vilipêndio e a provocação?


O que estamos vivendo hoje no Brasil não tem precedentes na nossa história. Nunca “nestepaiz”, as instituições foram tão vilipendiadas, nunca um presidente foi tão dissimulado(*), nunca uma oposição ao governo foi tão covarde, nunca uma polícia paga por nós cidadãos (A Federal) foi tão política, dividida, desviada do seu foco de ser republicana, isenta. Nunca um povo foi tão manipulado por pirotecnias de um réu-eleito que se finge “pai dos pobres”, mas, têm “matado” o pobre em favor dos ricos, mais detidamente banqueiros que nunca “nestepaiz” lucraram tanto com o “governo dos póbris” como hoje... “nestepaiz”.



A Justiça arrasta-se pela lama da corrupção(*) ora como autora, ora como “observadora”, acuada, “nestepaiz”, onde filho, irmão, compadre, amigo, aliado... todos, do presidente da república... todos os dias, são manchetes dos mais diversos meios de comunicação “destepaiz”, ora como protagonistas principais, ora como co-protagonistas de escândalos de corrupção dos mais diversos. Relembro: mensalão (Dirceu, Delúbio, Valério...), falso dossiê tucano(Bargas, Lorenzett...), Telemar(Lulinha filho...), tráfico de influência(Vavá...)Caça-níqueis( Jamil Name, Cezar Servo...), superfaturamento de lixo-formação de quadrilha(Palocci “condenado”), só para refrescar nossas memórias de povo terceiro-mundista, não acostumado a reagir e sim, a sucumbir ao marasmo e não ir para as ruas, pedir a saída deste apedeuta que tanto mal faz ao Brasil. Se exagero, os dados, os blogs, sites, flogs, portais... me desmentirão mesmo assim.



A gente vai dormir com a última da “turma do Lula” e antes que contemos “carneirinhos”, mais um corruptozinho petista, peemedebista, pepista, perista, petebista cai na “teia” da polícia federal por mais um golpe contra a ordem, contra os bons costumes. Mas, desde que Lula assumiu “estepaiz”, nunca antes, houve tanto lobby para legalizar drogas, promover a prostituição (o próprio site do ministério do trabalho ensina como ser prostituta de sucesso) dividir negro e branco, rico e pobre, matar a vida no seu nascedouro oficialmente com a legalização do aborto (Lula diz ser contra, mas, seu partido e aliados são autores das leis pró-aborto), institucionalizar o terrorismo(*) abrindo as fronteiras a grupos radicais islâmicos e apoiando a um canalha como Chávez e outro como o fedorento cubano(*)...



...Onde estamos? Na fronteira do fim, pois, a do caos, já ultrapassamos: Cut, PT, MST e outras variantes do terrorismo tupiniquim estão em franca ascensão, ora fechando universidades(Em São Paulo por covardia do Serra e falta de força da Justiça que não consegue MANDAR cumprir sua ordem judicial), ora invadindo hidroelétricas com as “campesinas”, enfim, tudo tem uma origem: O petismo. Não precisa dizer que este partido(*) é uma aberração, como disse o procurador, uma quadrilha organizada para roubar o patrimônio público Brasileiro, ou como já disse o senador Mão Santa: O PT só perde para a AIDS em destruição. E agora, quem poderá nos defender? Se fosse no seriado do SBT...Eu! Gritaria o Chapolim... Mas, não temos Chapolim, vivemos com a sombra do “Chavez”, arremedo de Hitler, populista como seu amigo brasileiro... arquitetos do fórum de São Paulo. Um movimento de unificação socialista da América Latina, com sigla de URSAL.



Eis a raiz de todo esse movimento de desestabilização da polícia federal, da Justiça, do Congresso, nesses poderes há corruptos, no governo, segundo a avaliação popular manipulada, Lula não comanda uma quadrilha, Lula não é quem segura a onda de seus “aloprados”, que virou sinônimo de ladrões, contraventores... mais um termo para ser acrescentado aos dicionários. A verdade é que estamos em franca queda, como tudo o que sobe, desce, a lama jogada por Lula para cima da cabeça dos Brasileiros, a qualquer momento cairá.



O tumor fétido que está no palácio do planalto, está supurando faz tempo, tem metástases para todos os lados, o doente nesta fase está à beira da morte! Quanto tempo de vida ele tem, só Deus para avaliar, mas, o “corpo” doente, ou seja: O (des) governo “destepaiz”, não tarda a sua morte! Seja pelas bactérias que comem a ferida do fisiologismo político, pelos vírus que geram as mais diversas infecções e enfraquecem o organismo governamental, pela corrupção sistêmica, pelo odor acre das fezes expelidas por ministros que caem, aliados que são degolados por navalhas, por PACS que não chegam a lugar nenhum, a não ser, o fornecimento da ”carne podre” da ferida aberta, onde parte da Câmara Federal é “ramificação” do tumor principal, Senado agonizante também, tem a cabeça atingida com golpe cirúrgico, pois, para o apedeuta e seu governo putrefato, outros Calheiros e Sarneys surgirão com maior vigor para “ajudar” o governo que alguns dizem: do crime. Agora, outras Mônicas surgirão, cairão novos Rondeaus, o governo do crime não tem oposição a não ser a sua própria, composta dos que se sentindo roubados pelos que mais roubam, a qualquer momento, um destes ou destas (e não precisa dizer que é feia), farão a punção do tumor e, aí...



...Difícil é ver supostos evangélicos e cristãos católicos, apoiando comunistas e socialistas ladrões, a propriedade assaltada. Difícil é ver uma rede Globo(dominada por propaganda estatal do PDE, Pro-uni, PAC e outros engodos petistas), antes impoluta, mandatária, “rainha”, sucumbir ante à um governo ditatorial, que reiteradamente quer a volta da censura(tão combatida nos governos militares pelos então subversivos Lula, o sequestrador Franklim Martins, a terrorista e assaltante Dilma Roussef, conforme pronunciamento do deputado Jair Bolssonaro(*), mas, não há registro de militares que enriqueciam ilicitamente, havia ordem e progresso, foi num governo militar que a maioria das conquistas dos trabalhadores foram definidas na CLT, hoje suprimidos justamente pelo governo “dos trabalhadores”, ou como mais conhecemos: Pelo mais corrupto governo da república Brasileira, como “rasgou o verbo”, Mangabeira Unger.



A se confirmar que a PF está sem controle, que as facções que se criaram, segundo diz a mídia e em pronunciamento no senado, aventou Arthur Virgílio, estão no “MATAR OU MORRER”. O povo de verdade DESTE PAÍS, e não “destepaiz”, tem algo muito sério para fazer: INDEPENDÊNCIA OU MORTE! Não somos comunistas, não nascemos corruptos, não somos ensinados pelos nossos pais, a roubar e deixar roubar. Desafio que alguém prove que a mãe do Lula assim o ensinou! Mas, deve ter sido depois de “cavalgar” no pau de arara, ter se metido com terroristas, seqüestradores, assaltantes e outras espécies desprezíveis(*), que Lula “descobriu” que liderá-los “era bom”, bastando que apoiasse tudo o que seus afetos fizessem e estes em retribuição lhes pusessem uma “couraça”, de modo que quem enxerga não possa provar que por trás dos invasores da USP, tem afetos do Lula, na via campesina, mlst, CUT, PT, tem afetos do “prisidenti” que senta a mesa com ditadores como à irmãos, desafia a inteligência dos Brasileiros como “se nada soubesse”, quando os fatos mostram que do irmão de sangue ao “irmão chavista”, surgem os “sinais” de uma hiena batizada de “Garcia” que ao lado do apedeuta em suas viagens no aero 51, chama os Brasileiros de burros e “declara” que na Venezuela há liberdade com um sargento tresloucado e ditador que fecha televisão somente porque não lhe é afeta dos crimes contra os direitos humanos.




Ah, Brasil! Soubesses tu, a hora da visitação que te chega do alto, teu povo BRAVA GENTE, À MÃE SERVIL, já teria te socorrido dos homens maus(*)! Mas, parece que só há um caminho a percorrer, quando as instituições falham, a justiça anda moribunda, o congresso e seus eleitos, à uma, só visam os cargos, “os reais fáceis” de um povo pacifico...Há que se justificar: INDEPEDÊNCIA OU MORTE! Morte aos infiéis da Pátria! Aos que roubam sua própria mãe, aos que tiram da boca do lactente o leite precioso para dá-lo aos filhos dos lobos devoradores que estraçalham suas vitimas ao longo da trilha aberta na selva do comunismo que mata e mente. Collor caiu por um Fiat Elba e um tesoureiro corrupto, Lula e seus “aloprados” loteiam a Petrobrás(*), o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, desviam dinheiro de outras estatais através dos dízimos para o seu partido, a Justiça vê (apesar de cega), o STF não julga, o Congresso se acovarda e até se alia, a classe média paga o pato e banca uma horda de hoje, desocupados, que não mais querem trabalhar, porque inventaram a “bolsa família”, mas, sabemos todos que não tem almoço de graça! O trabalho sim, deve ser valorizado. Botar filho no mundo para ganhar dinheiro de governo, não! Mas, o ócio é incentivo oficial do atual (des) governo. Até quando a paciência da classe média que paga tudo agüenta, isso, é imprevisível.




Estamos no limite de aproveitar os “bons ventos” deixados pelo governo anterior de Fernando Henrique na economia. É preciso dizer com todas as letras que Lula apenas continuou o que ele próprio dizia que não prestava, se ao contrário fosse quando gritava o PT: Fora FHC, fora FMI...Não ao pagamento da dívida externa...não teria ganho nenhuma eleição. Mas, o Brasil de Lula é campeão de insegurança, prostituição, promiscuidade política e agora, os Estados Unidos e a Europa nos olha como “covil” de terroristas, casa de ditadores e outras pérolas trazidas pelo petismo. Nossas Forças Armadas estão sucateadas e as Farcs infiltradas nos “movimentos sociais”, no PCC, CV...dão as ordens a ponto de aviões desviarem das rotas no Rio de Janeiro para não serem atingidos por “balas perdidas”. Esse é o “melhor dos mundos”, segundo diz insistentemente a líder do PT no senado, Ideli salvati e, como diria o senador Mão Santa: - Melhor dos mundos para o PT do roubo, da falcatrua...E, antes que o governo dos Estados Unidos em legitima defesa nos lance alguns mísseis ou nos invadam para desalojar os terroristas do PT e seus aliados...




Pergunto: ...PSDB, DEM, PPS, STF, STJ, OAB, IMPRENSA (AINDA LIVRE), POVO LIVRE DO MEU BRASIL Até onde a paciência admite o vilipêndio e a provocação?

MARCOS MATIAS
Radialista e músico

quinta-feira, 7 de junho de 2007

MAR DE LAMA


por Augusto de Franco

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Lendo o noticiário de hoje, me veio à memória um comentário de Franklin Martins, quando ainda atuava na TV Globo, dizendo alguma coisa mais ou menos assim: "Ora, todo mundo sabe que o governo Lula não é um mar de lama". Ele falava para desqualificar as suspeitas que surgiram, se não me engano, com a descoberta do esquema Waldomiro-Dirceu. Pois é... O tempo passou e Franklin, que já operava informalmente como assessor de imprensa do Planalto, assumiu finalmente sua real condição. E de lá para cá, não deu outra: foi só mar de lama. Hoje poderíamos afirmar o oposto do que disse Franklin: "Ora, todo mundo sabe que o governo Lula é um mar de lama" (com exceção das oposições, é claro).



Vejam o noticiário dos últimos dias, rememorem o que saiu na imprensa nos últimos três ou quatro anos e façam as contas: 1) Quantos amigos e parentes de Lula estão envolvidos em casos suspeitos?2) Quantos colaboradores pessoais, da "cozinha" do presidente, foram acusados de crimes e outras ilicitudes?3) Quantos ministros e outros altos cargos de confiança do governo federal foram afastados sob sérias acusações de irregularidades? 4) Quantos ministros atuais de sua Excelência estão tentando caminhar "no fio da navalha"?5) Quantos aliados estratégicos de Lula estão neste momento sendo investigados pela polícia?Sim, corrupção no Brasil sempre houve, mas nunca a ponto de transformar boa parte da cúpula do governo federal num caso de polícia. Não, não há precedentes para esse mar de lama em que estamos imersos desde 2003. E não adianta muito a PF fazer uma operação espetacular atrás da outra. Cada nova operação apaga o impacto da anterior, já notaram? De sorte que os presos da operação imediatamente anterior são soltos e vão se acomodando no anonimato enquanto esfria a indignação do distinto público. Amanhã, ninguém vai lembrar mais de nada.



E aí eles voltam. Os escândalos sucessivos vão banalizando o escândalo e vão elevando o nível crítico da indignação. Se alguém desviou um recurso, isso passa a ser quase nada em relação a quem montou uma quadrilha para desviar recursos. Se alguém meteu a mão no dinheiro público, isso passa a ser um mero deslize em relação a quem deturpou a natureza de uma instituição colocando-a a serviço do crime. É como se a falta maior desculpasse a menor. A espiral da impunidade vai, assim, rebaixando os critérios éticos e, inclusive, diminuindo a eficácia das sanções legais. Esse é o resultado objetivo da perversão da política e da degeneração das instituições promovidas pelo lulopetismo. Não é preciso grande esforço para concluir que isso não pode acabar bem. Vai aqui um recado para os empresários (já que dezenove em cada vinte grandes e médios empresários acham que tudo bem, porque a economia vai bem, porque Lula não está fazendo besteiras nesse campo etc. e tal, devemos fechar os olhos para a esculhambação geral que o governo está promovendo em todos os demais campos da vida nacional). Atenção, meus caros: abaixo de certo nível de credibilidade das instituições políticas, a segurança jurídica despenca. E despenca de uma vez! Isso é praticamente inevitável, mesmo que a economia mundial e nacional vivam no sétimo céu.



O que estamos assistindo nos últimos dias são apenas os primeiros sinais da putrefação do governo. É razoável supor que haja mais, muito mais do que o está vindo a tona em virtude da impossibilidade de controle sobre todas as facções da Polícia Federal e sobre a imprensa e a mídia em geral. Se existisse oposição no Brasil é óbvio que este governo já teria sido afastado. Mas mesmo sem oposição - ou com uma oposição jogando a favor do governo, pronta para salvá-lo na última hora - o governo Lula não tem como acomodar adequadamente a massa informe de interesses díspares que hoje compõem a sua base de apoio. Mais cedo ou mais tarde esse arranjo perverso - e perverso inclusive com os aliados, pois que são estes arrebanhados instrumentalmente, comprados com dinheiro, cargos ou outras prebendas para servir aos propósitos de um única organização - tende a ruir. Aí é que nós vamos ver, além do mar, a lama jorrando em múltiplas cascatas, as "Cataratas do Iguaçú" da imundice. Antes, porém, eles tentarão "disciplinar" a Polícia Federal. Atuando seletivamente (sim, pois que até agora não sabemos a origem do dinheiro do falso-dossiê, nem o que faziam os homens de confiança de Lula na trama - assim como não temos notícia de nenhuma investigação que focalizasse as cabeças coroadas do PT envolvidas em irregularidades), a PF serviu aos propósitos do governo, sobretudo durante a campanha da reeleição, mas agora já começa a se transformar num problema.



Ah! sim, e eles também tentarão, de todas as formas, controlar os meios de comunicação. Mas depois da patacoada de Chávez, isso ficou um pouquinho mais difícil, não é mesmo?De sorte que a "fórmula" lulopetista de poder, que parecia tão boa, pode não funcionar. Nisso tudo que está vindo à tona não há um dedo da oposição. O esperto Lula já se imaginava realizando o sonho dourado de qualquer governante autoritário: governar com uma 'oposição a favor'. No entanto... apesar de tudo, apesar dos bons ventos da economia mundial, apesar da grande popularidade do líder carismático, o arranjo vem fazendo água; ou melhor, lama.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Devastação gramscista


Devastação gramscista


Prosseguindo no exame do panorama político-ideológico predominantemente esquerdista que se abate sobre a vida cultural brasileira, há que se destacar a presença do pensamento de Antonio Gramsci, seguramente mais eficiente do que as ações do Djanovismo soviético e da Escola de Frankfurt na criação das “condições objetivas” para se chegar a um “outro mundo possível” - vale dizer, estabelecer por aqui uma sociedade comunista. Para quem não sabe, Gramsci foi o secretário-geral do PC italiano que Benito Mussolini, em 1926, instituindo o “tribunal especial para a defesa do Estado”, condenou a 24 anos de prisão, depois de considerá-lo um “cérebro perigoso”. Confinado na penitenciária de Turi (na província de Bari, Puglia) Gramsci - cujo pai, Francesco, foi condenado a 5 anos de prisão por peculato e extorsão - arquitetou, em 33 cadernos escritos no cárcere, o mais diabólico esquema estratégico para a tomada do poder pelos socialistas em geral e os marxistas em particular.




Com efeito, embora fugindo à estratégia de assalto direto ao poder preconizado por Lenin, cujo cerne é a violência revolucionária, os objetivos gramscistas sãos os mesmos de Marx, Engels, Lênin e Fidel Castro(foto), qual seja, destruir o capitalismo para firmar o “Estado Regulado”. De fato, com Antonio Gramsci - “Il Gobbo” (“O Corcunda”) - a “transição para o socialismo” ganharia novos contornos estratégicos: ao invés da “guerra de movimento” instituída por Lenin, os socialistas ocidentais, em face do fracasso da revolução bolchevique fora da Rússia, apelariam para a “guerra de posição”, metódica e segura, a ser conduzida pelo “intelectual orgânico” com o respaldo da “sociedade civil organizada”. O objetivo, a longo prazo, seria a defenestração da burguesa e suas instituições de poder, mas, agora, pela via da “revolução passiva”. Em vez do Estado burguês, a hegemonia do Estado passaria às “classes subalternas”. Para administrar as sucessivas crises fomentadas no Estado democrático tradicional - uma condicionante fundamental na estratégia da “transição para o socialismo”-, Gramsci aponta como obrigatória a organização das “classes subalternas” a partir da mobilização de “aparelhos privados de hegemonia” - estes, considerados alicerces básicos para a formação da nova Sociedade Civil. Por “mobilização de aparelhos privados de hegemonia”, o teórico comunista compreende as distintas ações subversivas do partido-classe, sindicatos, associações, organizações não-governamentais (Ongs), etc., todos atuando para minar as “trincheiras” e os núcleos de “defesa” da sociedade capitalista.




Caberia ao intelectual “orgânico” o papel de buscar a adesão da sociedade civil pela penetração cultural e a detonação da guerra psicológica contra as instituições representativas do parelho hegemônico do Estado democrático tradicional. Na sua lógica “transformadora”, Gramsci considera todo mundo como intelectual, deste o sapateiro até o escriturário, passando pela enfermeira, etc., a formar, no fundo, a massa de manobra para servir de pasto à manipulação ideológica esquerdista. O intelectual “orgânico”, na nova estratégia revolucionária, deve conquistar, entre os demais integrantes da sociedade, a adesão do “intelectual tradicional” (burguês), desde que este aceite o papel preponderante do partido-classe - o “príncipe moderno”, na linguagem cifrada de Gramsci - como dirigente e formador do novo “consenso”, objeto final da “guerra de posição”, a etapa avançada de mobilização na “transição para o socialismo”. (O que venha ser partido-classe, o próprio Gramsci, nas suas “Notas sobre Maquiavel”, assim o define: “O moderno Príncipe desenvolve-se, subverte todo o sistema de relações intelectuais e morais, uma vez que o seu desenvolvimento significa, de fato, que todo o ato é concebido como útil ou prejudicial, como virtuoso ou criminoso, somente na medida em que tem como ponto de referência o próprio príncipe moderno e serve ou para aumentar o poder ou para opor-se a ele.




O príncipe toma o lugar, nas consciências, da divindade ou do imperativo categórico, torna-se a base de um laicismo moderno e de uma completa laicização de toda a vida e de todas as relações de costume”). Para estabelecer o “consenso”, o gramscismo labora dia e noite na imposição de um novo senso comum, o conjunto de valores, crenças, costumes, tradições e o modo de pensar prevalecente no seio da sociedade tradicional. A concepção monstruosa do corcunda pretende nulificar o ser humano para, em seguida, por “dentro”, dar-lhe nova formatação, gerando assim uma espécie de Frankstein coletivo. Hoje, não há como negar, a sociedade brasileira já sofre os efeitos deletérios da estratégia gramsciana para chegar ao governo hegemônico das “classes subalternas”. Facções de organizações não-governamentais, partidos políticos, setores universitários, meios de comunicação em geral, as artes, produção editorial, a igreja, a justiça, o governo, etc. - juntos na tarefa ingente de formar o “consenso” antes do bote final -, desmontam os valores culturais do Brasil tradicional, rearticulando novos conceitos de sociedade nacional (“sociedade civil”), de cidadão (“cidadania”), de opinião individual (opinião coletiva “politicamente correta”), de legalidade (“legitimidade”), etc., numa lavagem cerebral sem precedentes na história da nação.




A “guerra de posição” de Gramsci, claro, não subestima a alternativa de, no momento oportuno, se associar à “guerra de movimento” preconizada por Lênin, que envolve a violência das armas. Mas prefere, em vez disso, ter como arma a incessante manipulação de aulas, discursos, palestras, livros, noticiário da imprensa, filmes, novelas, shows musicais, peças teatrais, para chegar, afinal, por outros caminhos, ao velho, totalitário e criminoso regime comunista.

domingo, 3 de junho de 2007

AUTOCONVOCAÇÃO NECESSÁRIA


por Percival Puggina



O presidente Lula determinou ao Itamaraty que convocasse o embaixador da Venezuela para explicar as declarações ofensivas de Hugo Chávez ao Senado da República. Falou grosso? Cravou o facão no toco, como se diz na Fronteira? Descreio. Tivesse efetivo interesse em manter posição digna no contexto internacional, o presidente deveria convocar a si mesmo para dar explicações. Deveria chamar seus homens da política externa, especialmente os senhores Marco Aurélio Garcia, Celso Amorim e o ex-assessor frei Beto. Deveria ir, com os três, para diante de um dos muitos espelhos do Palácio do Planalto. Deveria requisitar, para compor o fundo da cena, o seu próprio partido, que há muitos anos capitaneia esse ofidário, esse Butantã de cobras criadas, que é o Foro de São Paulo(O quarteto acima são mentores do foro).


Desde sempre, como bem registra e lamenta o líder da oposição venezuelana Alejandro Peña, Lula e os homens do presidente apóiam e fortalecem Chávez. Foi ele que, eleito aqui, furou uma greve dos petroleiros de lá enviando combustíveis para Chávez. Foi ele que atraiu a Venezuela chavista para o Mercosul. Foi ele que, a despeito de todos os conflitos que o venezuelano vem gerando enquanto se arma até os dentes, mandou o Brasil votar a favor de uma cadeira para o ditador no Conselho de Segurança da ONU. Foi ele que reprovou a imprensa venezuelana quando ela ainda se arriscava a criticar Chávez.


Foi ele que viajou para a Venezuela onde, intervindo em assuntos internos de outra nação, transformou a inauguração de uma ponte (financiada, aliás, com recursos nossos) em inusitado comício binacional de apoio à reeleição de Chávez. Foi ele que na contramão desse gesto sem paralelo nem analogia na história republicana, ouvido sobre o deslavado fechamento da RCTV, saiu pela tangente dizendo tratar-se de assunto dos venezuelanos. E é dele, por fim, a frase inaudita, que nenhum outro chefe de estado fora do ensandecido Foro de São Paulo, seria capaz de endossar: "Na Venezuela tem democracia até demais". Tem? A Venezuela chavista é um país com presos políticos, onde não se respeitam direitos humanos, liberdades públicas e propriedade privada. É um país sem oposição parlamentar, com uma imprensa cada vez mais raquítica e inibida de opinar, com um judiciário submisso e um governo que legisla por decreto.


Na Venezuela, o ditador – alter ego de Fidel Castro, inclusive nas longas arengas e no "socialismo ó muerte" – acumula o poder político e o poder econômico em aceleradíssimo processo de estatização total. Tal é a referência democrática de Lula e de seu partido. Ele tinha que dispensar o embaixador e autoconvocar-se para explicar os motivos que o levam a servir ratazanas a essas cobras criadas cuja conduta tem total rejeição da comunidade internacional.