terça-feira, 24 de abril de 2007

PT AVANÇA DE FORMA GRADUAL. AGORA É A “DISTENSÃO POLÍTICA”


por Aluízio Amorim


Lula aprendeu bem com o já falecido general Golbery. Fala agora de "distensão política". Cáspite! Esse papo a gente ouvia durante a ditadura militar, enquanto a oposição era torturada nos calabouços do regime.O general Geisel, então ditador, assessorado por Golbery passou a defender uma “distensão política lenta e gradual”, um eufemismo para designar uma estratégia capaz de livrar torturadores e trambiqueiros do regime das malhas da lei.A ditadura do PT é asséptica. Não precisa de porões e pau-de-arara. Até porque não existe mesmo oposição. A Câmara Federal é uma extensão do executivo e palco de sórdidas tramóias que começaram com o mensalão terminando pelo impedimento da constituição da CPI do Apagão Aéreo que abriria a caixa preta da Infraero.



O ridículo aceno de “distensão” formulado por Lula, note bem, coincide com a “Operação Furacão” da Polícia Federal. É elogiável a ação saneadora da PF. Nada contra, evidentemente, que sejam apanhados os malfeitores ainda que dentre eles estejam os mais altos dignitários da Justiça. Ocorre que a execração pública de autoridades acusadas de falcatruas é ardilosamente utilizada por Lula(foto com Berzoini) e seus sequazes, que com ela aplicam uma lavagem cerebral da opinião pública. Os crimes escandalosos praticados pelo governo do PT ao longo do primeiro mandato foram empurrados para baixo do tapete sob a complacência da oposição. Na atualidade já soam como sequer tivessem ocorrido. E, se a vaga lembrança dos escândalos do valerioduto, do dossiê fajuto, das malas e cuecas cheias de dólares ainda possa habitar a mente dos cidadãos, evapora-se ante a espetaculosa ação da polícia federal. Houve até a cena da dinheirama que estava emparedada num escritório de um figurão. Tudo devidamente filmado e passado na televisão.A distensão proposta por Lula é mais um passo cuidadosamente dado pelo PT que nunca, em toda a sua existência, deu algum ponto sem nó ou uma pernada em falso.



Nada é gratuito, de boa vontade, feito com sinceridade e, muito menos, guarda qualquer compromisso com a democracia. Pelo contrário, tudo obedece a uma única e indeclinável intenção: o poder para sempre! A grande arma PT, na consecução de sua estratégia de poder, é a política de terra arrasada, a qual concorre para a degenerescência moral da Nação. Práticas de corrupção e desonestidade existem em qualquer lugar do planeta. Claro, a história do Brasil passada e presente é farta em narrativas de armações, trambiques e arranjos escabrosos.Entretanto, em quatro anos de mandato o PT jogou a pá de cal sobre o que ainda restava da esperança e do orgulho nacional. Conseguiu alinhar no mesmo plano do lamaçal da imoralidade todos os poderes da República, incluindo setores da própria Justiça, porque institucionalizou a desordem. E assim sendo, quem há de temer a lei?Instar a oposição a assumir o seu papel é pregar no deserto, porque todas as exceções se transformaram nas regras do processo político botocudo. O infalível jeitinho brasileiro acaba prevalecendo. Tudo é resolvido em conventículos. Tudo é solucionado por uma oportunística “distensão política". A menos que os próceres políticos desta republiqueta desejem uma nova “Operação Furacão”, não é mesmo?


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O IMPÉRIO DO MAL


por Ipojuca Pontes


“A mentira revolucionária não é mentira” – Vladimir Lênin O Brasil, mais rápido do que se imagina, está se transformando no Império do Mal. Em muitos aspectos já é, embora, o mais das vezes, o Maligno se apresente como a própria manifestação do bem, da virtude, da probidade e da honra. Sim, é sabido: uma das características do mal é justamente a de se encobrir com o manto da virtude - e o próprio demônio, antes de arrojar-se nas profundas dos infernos, passava por anjo rebelde. Mas, no caso brasileiro, o predomínio da maldade pouco falta para atingir o plano do Absoluto. Tome-se como parâmetro, por exemplo, a nossa vida pública (“extensão da privada”, como queria o Barão de Itararé).



Nela são hoje cultuados, com obstinação selvagem, os sete pecados capitais da maldade política, a saber: a mentira, o nepotismo, o estelionato (também eleitoral), a felonia, a pusilanimidade, a desfaçatez e a demagogia. Sim, amigos, eis o fato inquestionável: não se dá mais um passo na vida pública nacional, nos palácios, gabinetes, ministérios e repartições, nos púlpitos, sindicatos e parlamentos, nas cátedras, palcos e telas, sem que não se dê de cara com a dissolução dos assim chamados “homens públicos” – em geral, tidos por eles mesmos como agentes da “justiça social”. O florentino Maquiavel deixou a entender que a política real é uma atividade alheia à moralidade comum. Por extensão, os parâmetros que guiam a ética entre os políticos só estariam comprometidos com o utilitarismo, o pragmatismo, a conquista e a manutenção do poder. Parafraseando Dostoiévisky, pode se dizer que se o existe o político profissional, tudo é permitido. Já no seu “Diário de um escritor” o gigante russo não deixou por menos: “O político mais esperto tem sempre um pacto com a maldade que o leva, mais cedo ou mais tarde, à tirania”. De todos os sete pecados que norteiam a vida política cabocla o que se apresenta como o mais nocivo, desde logo, é a mentira. Ela é quase uma religião, fonte de fé, esperança e felicidade. Se o amigo não tem vocação nem sabe mentir com esmero, por favor, não ingresse na política, pois, para o êxito de um político a mentira deve ser um estado natural, como o ato de dormir ou respirar. De fato, para ser bem-sucedido, ele deve mentir a respeito de tudo e de todos até quando diz a verdade. E, o que é mais doentio: deve acreditar piamente na mentira que constrói, fingindo, por sua vez, aceitar como verdade a mentira dos pares. De ordinário, quanto mais próximo do poder absoluto, mais mentiroso torna-se o político profissional, invariavelmente um fanático cultor da grande mentira – a Mentira Utópica.



Sim, pode-se dizer que mentir é próprio da condição humana e raros são os que conseguem escapar de sua prática ou uso, ainda que episódico. Há, sem dúvida, a vigência da mentira necessária, socialmente útil, que diverte e afaga, em suma, o exercício da mentira como convenção (“Muito prazer em conhecê-lo”, por vezes, é uma delas). Mas o fato é que a força da mentira na vida pública brasileira atingiu, nos últimos tempos, proporções avassaladoras. Convém aqui salientar que não se trata apenas de entender a mentira como um vício capital, quem sabe ingrediente necessário ao eterno banquete da arena política. De modo algum. Na verdade, a mentira é a própria essência da vida pública nacional, de uso consciente e premeditado, uma espécie de tara que contamina toda a nação e que está a transformá-la num vasto e tenebroso império – o Império do Mal. Veja-se, por exemplo, o caso da crise do apagão aéreo. Tudo começou em setembro de 2006 com a colisão do Boeing da Gol( foto dos destroços) com o jato Legacy, que ceifou 154 vidas. Uma vez recusada a presença dos familiares das vítimas no Planalto, tratou-se de prender, por imperícia, os dois pilotos americanos que escaparam do desastre. Trinta dias depois da colisão, sempre se sonegando a verdade, começou a onda interminável de atrasos e cancelamentos de vôos, sob a alegação de que o sistema do tráfico aéreo estava obsoleto. Milhares e milhares de passageiros foram para o buraco, sem nenhuma indenização. O bode expiatório apontado desta feita foi a ganância das companhias aéreas, acusadas de fomentarem o “overbooking” legalizado – sem que a crise, no entanto, fosse debelada.Então, instalou-se o caos. O inepto Waldir Pires, ministro da Defesa do corporativismo sindical, saudoso da revolta dos sargentos nos tempos de Jango (de quem foi Consultor Geral), sob pressão e passando por cima da hierarquia militar, admitiu em reunião privada com os sargentos controladores a possibilidade de desmilitarizar o controle do tráfico aéreo, uma “resolução” previamente maquinada pelos mentores do motim.



Enquanto uma comissão criada pelo governo tratava de “amarrar o acordo”, a crise nos aeroportos atingia cerca de 350 mil passageiros que não conseguiam embarcar, todos indignados ou dormindo pelos cantos. Sempre atrasada, a comissão da Anac tornou público relatório que apontava a desmilitarização do controle do tráfego como solução para o apagão aéreo. Lula, em pronunciamento demagógico, exigiu “dia e hora” para a crise ser resolvida. Três dias depois, como resposta, os controladores militares rebelados pararam o país, ocasionando o maior caos aéreo da história tupiniquim. O sargento Edileuzo, um dos mentores do amotinamento, simplesmente pôs em execução o recurso da sabotagem, prática apontada por Lênin como fundamental para se “atingir os fins propostos”. O que se esconde por trás disso tudo? O seguinte: os sargentos amotinados, instrumentalizados pelo trotskismo em marcha, querem a estatização civil do controle aéreo e da aviação comercial no Brasil, sob o pretexto de que o capitalismo é selvagem e precisa ser detido. O começo de tudo é a desmilitarização do controle do tráfico, uma espécie de “Potemkim” aéreo, para desmontar em definitivo o que resta de poder nas Forças Armadas.