terça-feira, 31 de julho de 2007

ESCULHAMBAÇÃO ASSUMIDA

A canalhada que rí do povo, das instituições, das Leis...É a elite podre do crime comandado pelo presidente(?) e pelo PT.
por Ipojuca Pontes


"Vamos deixar como está para ver como é que fica" – Lula da Silva, repetindo o ditador VargasPor mais incrível que pareça, o governo Lula, nestes sete meses do seu segundo mandato consegue ser mais daninho do que em todo período anterior. Quando a nação estarrecida pensava, depois dos 307 escândalos ocorridos nos quatro anos passados, que o colossal repertório de crimes, falcatruas, extorsões, malversação, negligência, empreguismo e mentiras tinha se esgotado, ou pelo menos diminuído, eis que o mar de lama retorna em ondas revoltas – ou, se assim o quiserem, tempestuosas.


Os heróis oficiais do dia já não são os dirceus, waldomiros, delúbios, okamottos, valérios, dudas, beneditas, genoinos, severinos, gushikens, lulinhas, paloccis e os escroques da República de Ribeirão Preto (embora a maioria deles continue atuando a todo vapor sob o amparo do governo). Hoje, os guerreiros da temporada são os renans, ortizes, vavás, servos, zuanazzis, garcias, amorins, franklins, para não mencionar tantos outros que atuam nos bastidores, mas que, cedo ou tarde, quem sabe pelo clamor da opinião pública, ganharão os holofotes.Por sua vez, dado curioso, os escândalos agora já não atendem pelos nomes funcionais (e, até certo ponto, ecológicos) de "mensalão", "sanguessugas" ou "anaconda", todos rigorosamente impunes. Eles foram substituídos pelas apropriadas alcunhas de "operação furacão" ou "navalha" ou "xeque-mate" – nomes bem mais definidores deste segundo reinado de Lula, o Sindicalista que tudo renega saber.


Na atual temporada, o escândalo que abala a sociedade brasileira, o mais doloroso, é o do "apagão aéreo" de Congonhas, do qual o governo, querendo fugir à culpa, pode ser apontado como o responsável total e absoluto. Duvidam? Pois basta examinar, como dizem os comunistas, a "conjuntura": por uma vasta conjugação de erros que vão desde a manipulação sindical dos controladores aéreos, passando pela inação criminosa de ministros e funcionários incompetentes, todos nomeados a partir de critérios político-partidários, até a desastrosa atuação da Infraero - a empresa pública responsável pela administração dos principais aeroportos do país - tudo leva à ingerência obtusa do Planalto. Em meio à crise geral, que se avalia como uma assumida esculhambação, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, cara-de-pau, diz que a tragédia aérea é a conseqüência natural do "espetáculo do crescimento". A ministra e sexóloga Suplicy, por sua vez, de forma leviana, afirma que a saída para as vítimas do apagão é "relaxar e gozar". Já o Brigadeiro-presidente da Infraero, José Carlos Pereira, como se fosse um observador alienígena, informa que a "malha aérea nacional foi para o espaço".


E o Sr. Milton Zuanazzi, diretor-presidente da Agência Nacional da Aviação Civil, ANAC, ligado à ministra Roussef, a despeito das duas centenas de corpos carbonizados, ganha, talvez pelo feito sinistro, a medalha de Honra ao Mérito concedida pela Força Aérea Brasileira (FAB). Por fim, diante do maior e mais trágico acidente da aviação brasileira, aparece o fugidio ocupante do Palácio do Planalto para advertir a nação indignada, em discurso tão inútil quanto demagógico, que reconhece as "dificuldades" do sistema aéreo, mas que não se pode "tomar atitudes precipitadas". O desvario do segundo mandato, no entanto, não fica por aí. Num país sufocado por CPMFs, PIS/Confins, ISS, Imposto de Renda e dezenas de outros tributos que asfixiam a sociedade produtiva, o governo a cada 60 dias anuncia sucessivas contratações de milhares de novos servidores, aparelhando o Estado por força de espúrios conchavos políticos. No mesmo diapasão, ciente e consciente da impunidade, o esquema lulo-petista, além de prodigalizar permissivos cartões de crédito sem controle ou fiscalização, para o uso da privilegiada nomenclatura palaciana, torra o dinheiro público em projetos mirabolantes, tipo transposição das águas do São Francisco, considerado por muitos como um "hidro-negócio" circunscrito aos interesses da politiquice, na linha das falimentares Parcerias público-privadas (PPPs) e dos fantasiosos programas de "aceleração do crescimento".


Para culminar a performance da avacalhação total, Marco Aurélio Garcia, o "quadro" palaciano de efetiva ligação entre Lula, Fidel Castro, Hugo Chávez e Evo Morales, ao tomar conhecimento da existência de anunciado problema mecânico no fatídico avião da TAM, partiu para a obscenidade pura e simples, mandando figurativamente todos os discordantes se "f ....em". Consciente da sua importância no esquema petista, o mentor palaciano, pressionada pela opinião pública, esboçou arrogante "pedido de desculpas", emenda que saiu pior do que o soneto e só fez reafirmar a típica insensibilidade do dirigente totalitário quando no exercício do poder. No resumo da ópera a pergunta que se faz é a seguinte: o que é que essa gente "aloprada" do governo pensa? Que somos todos uns imbecis? Que somos todos uns magotes de cabras vadias? Que não temos capacidade de discernimento para enxergar o óbvio? Ora, o poder político, tal como ele se exerce no governo Lula, não pode ser considerado um privilégio, uma fonte de mando irresponsável para usufruto dos seus integrantes.


Muito pelo contrário: o governo, qualquer governo, antes de mais nada, sobretudo numa democracia representativa, é instituído em nome do povo e a ele deve respeito. Ninguém, de nenhum modo, tem o arbítrio de estar acima ou por cima do cidadão. Em tempo: o mais lamentável de tudo será a opinião pública - por pressão da propaganda enganosa e das promessas impossíveis - cair no esquecimento ou seguir a recomendação da ministra Suplicy. Aí, sim, estaremos todos urdidos e mal pagos.