quinta-feira, 16 de maio de 2013

Superintendente esclarece polêmica sobre duplicação da BR 230 e “vontade política”


“Não a gente não quer não, porque vai trazer prejuízo para Cabedelo”. Este trecho da entrevista do superintendente do DNIT, Gustavo Rodolfo Andrade (Assista ao vídeo em nosso canal), revela a “vontade política” de alguns vereadores que estiveram com o superintendente para tratar um assunto tão sério como esse que vai trazer mais transtornos do que soluções.
 
Não há verbas para as obras à não ser “emendas de bancada”, ou seja “dinheiro de ficção” para quem conhece como funciona esse mecanismo, onde uma bancada parlamentar aprova uma emenda para tal “assunto” e simplesmente, o presidente da República através do Ministério onde “poderá” ser liberado, pode “segurar” os recursos e nenhum centavo chega ao “destino”.
 
Como esclarece o doutor Gustavo Andrade na entrevista ao jornalista Paulo Nogueira, o ideal é que seja recursos do PAC, então, a própria prefeitura e a Câmara podem empreender ações no sentido de apresentar um projeto para receber os recursos e fazer a “terceira via”, saindo do mesmo KM0 que hoje fica em frente ao porto e fazer como já há projeto no sentido de fazê-la paralela a linha férrea, indo até ao bairro do Renascer, limite com Salinas Ribamar ou encurtar e fazer a “saída” à altura do PetCoke.
 
Conversamos ontem com o vereador Rosivando Neves do PT de Cabedelo, líder do governo Luceninha e ele disse que Cabedelo “vai perder” porque o que a cidade precisa é de dinheiro e escoamento da produção do porto. Perguntamos eu e o jornalista Paulo Nogueira no que Cabedelo “perderia” e o vereador respondeu com uma pergunta: - Você não está acompanhando a tramitação da PEC dos portos, não? Homem, a gente perde... insistimos e ele respondeu que “significa” dinheiro que a cidade vai perder e não deu mais detalhes.
Deputado Estadual Anísio Maia (PT/PB)
 
Na visão do deputado Anísio Maia (foto) também do PT, este se colocou contra a duplicação da BR 230 no centro de Cabedelo e disse ao jornalista Paulo Nogueira que poderíamos publicar a sua posição com relação à este assunto. A verdade é que segundo o Superintendente do DNIT, os moradores que estiverem no trecho por onde poderá ser construída a duplicação, terão duas vertentes à seguirem e nenhuma delas será boa para ninguém.
 
De um lado, quem possuir um terreno (a maioria é foro da União) terá o processo analisado por um juiz federal e este dará a “sentença”, dizendo quanto vale ou não o imóvel. Trocando em miúdos, uma pessoa que tenha uma residência que valha 300 mil, mas não tenha a escritura do terreno, será avaliada pelo valor “venal” e não valor real. Então, como não dará para comprar nem um barraco numa favela, esta pessoa será “remanejada” para “conjuntos habitacionais do governo”.
 
Por outro lado, os que possuem escritura não pensem que receberão o valor real do imóvel se ele valer os mesmo 300 mil, pois serão avaliadas com mecanismos semelhantes com as condições de “avaliações” da CEF para compra de imóveis e quem conhece sabe que não pode ter um “buraquinho” na parede que eles “depreciam” o valor do imóvel. Então, não é bom para ninguém essa duplicação que vai ter muros de contenção, divisórias e passarelas, ou seja: para comprar na farmácia “tal” que fica do “outro lado” , o sujeito vai ter que buscar uma passarela à altura do Banco do Brasil ou Caixa Econômica ou se submeter a atravessar a BR e ser atropelado.
 
O KM 0 pode ser “colocado” à altura do contorno da rua do Moinho? O superintendente respondeu taxativamente que sim. Então, quem tem tanto interesse em “rasgar” o centro de Cabedelo sem motivo que traga melhorias, mas transtornos? Quem à essa altura: que lojas, prestadores de serviços já instalados já tem dificuldade para manterem suas estruturas e venderem seus produtos e serviços, gostaria de ter mais um empecilho em que o morador do lado “A” tenha que se deslocar para o lado ”B” para adquirir o que precisa? É preciso uma decisão.
 
Alguns vereadores propõem um plesbicito. Não há tempo nem dinheiro para arregimentar isto! A população vai pagar um plesbicito para decidir uma coisa que taxativamente vai dizer NÃO? É de bom senso isto, senhores vereadores? A terceira via paralela à linha férrea, a ponte ligando Cabedelo à Costinha (projeto do senador Cássio C. Lima) e que o governo do Estado apoia, são saídas para o escoamento das cargas do porto e “portas abertas” para que Cabedelo se livre de um futuro pesadelo.
 
Já se pode ver na BR 230 que o DNIT tirou o retorno após o viaduto do Forrock e deixou somente aquele depois do hospital de Traumas para quem quer se deslocar à Manaíra, Tambaú e Cabo Branco, então, imaginemos o único retorno do Centro de Cabedelo será justamente o da Rua do Moinho à altura do cemitério. Alguns argumentam que a passarela do Renascer não trouxe transtornos e sim soluções para o  Renascer. Mas, o Renascer não “tinha dois lados”. O centro de Cabedelo, sim.
 
E o prazo está se esgotando segundo o superintendente para resolver a situação. Disse que que já pretende iniciar obras ainda esse ano, mas não com “emendas de bancada”, mas com recursos federais que a própria prefeitura pode apresentar um projeto e usar para fazer a terceira via. Quanto ao DNIT não realizar nenhuma obra no centro de Cabedelo a partir de então, é cristalino: A SEMOB pode manter o trecho da Praça do Marinheiro até o retorno da Rua do Moinho.
 
Para quem não sabe o DNIT só tem jurisdição até 50 metros de ambos os lados da BR 230, ficando desnecessário dizer que trânsito urbano é de responsabilidade da Prefeitura! Damos uma sugestão aos vereadores Pereira, Junior Datele, Graça Rezende ou Márcio Bezerra (que quer o “plesbicito”): Apresentem requerimento ao prefeito solicitando que envie projeto para “dividir” a taxa de iluminação pública altíssima que pagamos (desde o desastrado governo petista) e esta seja transformada em dois impostos: de iluminação pública e manutenção de vias urbanas. Resolvido o problema da manutenção do trecho da BR no centro.
 
Afora isto, é tripudiar no destino de uma população, de um povo que sempre viveu unido e sem “guetos”. Se já é difícil combater a criminalidade sem “fronteiras”; com a cidade “dividida”, até para viaturas policiais vai ficar péssimo. É preciso pensar sem açodamento, sem o pensamento de que dividindo Cabedelo, cresce. Ao contrário: perderá...e muito. CLIQUE AQUI>>>> ASSISTA AO VÍDEO DA ENTREVISTA ESCLARECEDORA SOBRE O ASSUNTO, NA VISÃO DO SUPERINTENDENTE.
 
    Marcos Matias
radialista/jornalista