terça-feira, 2 de julho de 2013

Ninguém é igual a ninguém: todo o ser humano é um estranho ímpar (*)

Luceninha em travessia no Ferry boat, pensativo
Li (na verdade não noticiei porque não quis) em alguns portais já foi dada a “notícia” de que o ex-secretário e vereador Artur Cunha Lima Filho (PRTB), ‘pediu demissão’ e não é mais o Secretário de Serviços Urbanos de Cabedelo. Arthur é conhecidamente do grupo mais “próximo” ao vice-prefeito Leto Viana e poderia ter sido um elo entre vice e prefeito. Quem lhe conhece prefeito, sabe que algo não vai bem. Essa foto sua que publico (exclusiva), mostra como já disse, um homem solitário, sem poder confiar em ninguém.

Qual a novidade? Nenhuma. Arthur desde que assumiu o cargo veio sendo “fritado” em fogo brando por forças do grupo do prefeito Luceninha (não necessariamente por ele). Arthur, (mesmo no primeiro mandato de vereador) NEGOU SUA CONDIÇÃO DE PARLAMENTAR; no afã de fazer um maior serviço: além de “requerer”, “pedir”, “apresentar” e “fiscalizar” os atos do Poder Executivo.
 
Desde a campanha, os grupos do vice-prefeito Leto Viana e do prefeito Luceninha nunca se entenderam! Leto foi o responsável por manter uma estrutura compatível com o que era necessário para eleger a chapa majoritária e uma das coisas, era o aporte financeiro que foi dado, graças ao emaranhado de “junção” de partidos e muita grana envolvida para chegar à reta final. CAMPANHA POLÍTICA, NÃO É DE GRAÇA.
 
Agora, Luceninha é culpado mesmo pela “saída” de Arthur do seu posto? É ‘inoperante’ segundo os portais noticiaram como sendo “palavras ditas pelo Arthur”, para justificar a sua saída após quase sete meses na pasta sem poder resolver “problemas”? – Tive a oportunidade de conversar ainda no ano passado com o vereador e ele me dizia que iria mudar os “costumes” da Câmara, onde nem lá até agora, chegou.
 
Bem, Luceninha perde um vereador de sua base e a situação de Executivo chega mais próximo dos oito que a “oposição” precisa, para começar a dar trabalho as “aspirações” da administração. O clima com certeza vai “esquentar” e novamente o Povo vai sentir por um lado um “aperto”, mas por outro lado um alívio, porque: Governo sem oposição, é DITADURA.
 
Os dados fornecidos por Arthur Cunha Lima filho em dizer que não conseguiu dar celeridade à limpeza da cidade, pavimentação e outras coisas de sua antiga pasta é um “conglomerado” de problemas conhecidos pela população. Vamos combinar: Luceninha escolheu muito mal seus auxiliares! O “sururu” com 19 partidos não poderia dar um bom “tira-gosto” para essa “bebedeira” que começa a mostrar os efeitos da sua “ressaca”.
 
É notório que secretários são nomeados, mas, quando chegam na pasta, por vezes, não encontram meia dúzia de cadeiras sequer...isto significa que já começam “desprestigiados” e por outro lado quem nomeia e dá um cargo de confiança à um determinado cidadão ou cidadã, quer “soluções”. Repito: à confirmar-se a demissão do secretário de Esportes também; o prefeito e a cidade, não terão nenhum prejuízo. Não digo o mesmo da Dra. Magda da Saúde e aqui peço que a mesma não entre no “ôba-ôba”.Ela é honesta, esforçada e  se tiver condições, continue.
 
No seu gabinete prefeito, tem muitos incompetentes se passando de “conselheiros” e muitos jumentos dando patadas no povo, esses ou essas, RUA! Agora, prefeito Luceninha, começo à lhe dar meu aval: Não serve, rua! Programas que não podem sofrer “solução de continuidade” não podem parar e pessoas competentes estão sendo mandadas embora por pessoas que querem mandar mais do que Vossa Excelência. Chame o feito à ordem, prefeito. O povo ainda acredita que o senhor pode reverter essa “massa”, que quer lhe derrubar.
 
Cargo Comissionado é isso mesmo: AD NUTUM: de livre nomeação e livre exoneração, seja por vontade do MANDATÁRIO ou à “pedido”. Deixe de acreditar em “ministros” do seu ou de partidos que prometem ‘liberar’ recursos para que o senhor toque projetos em favor da população. Se cerque de bons quadros. Eu ainda acho que Leto Viana pode lhe dar um “norte” para realmente fazer de Cabedelo (não só Intermares) um “canteiro de obras” como anunciado no portal da prefeitura e “decantado” por alguns vereadores.
 
Agora, vereador de base ou de oposição é hoje e não é amanhã...o senhor conhece o “terço” dessa “missa”. Deixe de atender um “pedido” de um deles e atenda o “outro” para ver o que acontece... preciso dizer? Tenho visto muitos FORASTEIROS em carrões, levando o dinheiro do nosso povo e gastando fora. Não está na hora do senhor prefeito, “ENXUGAR” a folha de pessoal com a exoneração de “privilegiados” de fora e deixar que pessoas que gastam o salario mínimo que ganham, aqui mesmo em Cabedelo? Esses “assalariados” são Cabedelenses, não são “emprestados”, não ganharam “títulos” de cidadania.
 
Assuma como Líder do Governo e não deixe que os outros falem pelo senhor, como foi ventilado nas matérias dos portais de João Pessoa que o senhor não “queria”, não tem “intenção” de “trabalhar” por Cabedelo. Grite comigo: Négo! Ninguém pode culpar mais o outro Zé... e, prepare-se: o “caldo” vai engrossar para o seu lado, pois, eu já escrevi que os seus maiores “inimigos” são os que lhe dão “tapinhas nas costas” e até lhe chamam de “cabeludo”.
 
Dos que falam DURAMENTE para que o senhor trabalhe pela cidade, à esses, confie que são o seu “norte”. O voto que deram ou não deram, não importa. Importa cuidar da nossa cidade. Estão perseguindo pessoas de Cabedelo em diversos níveis da sua administração, o senhor sabe? Quem persegue? Não é sua Esposa que trata todo mundo bem como o senhor, prefeito. Mas, tem alguns “olhos de Lula”, “almas sujas” “invejosos” e que pela incompetência e má vontade natural de servir à um Município que NÃO SABE SER VENCIDO, estão pisando os “pequeninos”; em SEU NOME.
 
Termino aqui, novamente estas mal traçadas linhas, citando: “A regra da igualdade não consiste senão em quinhoar desigualmente aos desiguais, na medida em que se desigualam. Nesta desigualdade social, proporcionada à desigualdade natural, é que se acha a verdadeira lei da igualdade... Tratar com desigualdade a iguais, ou a desiguais com igualdade, seria desigualdade flagrante, e não igualdade real”. (Rui Barbosa)
 
Frase do título da Matéria (Carlos Drummond de Andrade)
      Marcos Matias
radialista/jornalista

O poder muda a pessoa - ou porque os idiotas se acham com poder


      Não é um desabafo, mas vou terminar minha passagem hoje aqui, deixando essa reflexão de um profissional da psicanalise para alguns "amigos" que se acham no direito de "pensarem" que são algo ou alguma coisa por um cargo passageiro...tenho coisas 'terríveis' para contar de alguns deles (com provas), mas reservo-me o direito de apenas adverti-los (NÃO ME PROVOQUEM) :

O poder torna as pessoas estúpidas e muito poder, torna-as estupidíssimas. (R. Kurz)
O psicanalista J. Lacan [1] ,observou que a partir do momento em que alguém se vê "rei", ele muda sua personalidade. Um cidadão qualquer quando sobe ao poder [2], altera seu psiquismo. Seu olhar sobre os outros será diferente; admita ou não ele olhará "de cima" os seus "governados", os "comandados", os "coordenados", enfim, os demais.

Estar no poder, diz Lacan, "dá um sentido interiormente diferente às suas paixões, aos seus desígnios, à sua estupidez mesmo". Pelo simples fato de agora ser "rei", tudo deverá girar em função do que representa a realeza. Também os "comandados" são levados pelas circunstâncias a vê-lo como o "rei do pedaço".

La Boétie [3] parecia indignado em perceber o quanto o lugar simbólico de poder faz o populacho se oferecer a certa "servidão voluntária". Bourdieu chama-nos atenção para a força que o símbolo exerce sobre os indivíduos e grupos. Antes de ocupá-lo, o poder atrai e fascina; depois de ocupado tende a colar a alguns como se lhes fossem eterno. Aí está a diferença entre um Fidel Castro e um Nelson Mandela. O primeiro e a maioria dos ditadores pretendem se eternizar no poder, o segundo, mais sábio, toma-o como transitório, evitando ser possuído pelo próprio. ("Possuído", sim, pois o poder tem algo de diabólico, que tenta, que corrompe, etc).

Uma vez no poder, o sujeito precisará de personas (máscaras) e molduras de sobrevivência. A persona serve para enganar a si e aos outros. A moldura, é algo necessário para delimitar simbolicamente a ação dele enquanto representante do poder. A ausência de moldura ou o seu mau uso fará irromper a força 'pulsional' do sujeito que anseia por mais e mais poder, podendo vir a se tornar uma patologia psíquica. A história coleciona exemplos: Hitler, Stalin, Mobutu, Collor de Melo, Pol Pot, Idi Amim, etc.

No filme As loucuras do rei George III [4] , da Inglaterra, somos levados a perceber duas coisas: o quanto que as pessoas recusavam a ideia de um rei que perdeu a razão em função de uma doença e, que fazer para impedir alguém que representa o poder máximo de uma nação, devido a suas loucuras?

O poder faz fronteira com a loucura. Não é sem motivo que muitos loucos se julgam Napoleão ou o Rei Luis XV. Parece que há algo de "loucura narcísica" nas pessoas que anseiam chegar ao poder político (governante de uma cidade, estado ou país, ministro, membro do secretariado local), ou ao poder de uma instituição, empresa, departamento, pequeno setor de uma organização qualquer ou grupo qualquer. O narcisismo de quem ocupa o poder, revela-se na autoadmiração (o amor a si e aos seus feitos), na recusa em aceitar o que vem dos outros e no gozo que ele extrai do poder, que, levado ao extremo poderia revelar loucura. R. Kurz, é direto ao declarar que "o poder torna as pessoas estúpidas e muito poder, torna-as estupidíssimas".

O sociólogo M. Tragtenberg certa vez observou como muitos intelectuais discursam uma preocupação pelo "social", mas estão mesmo preocupados com a sua "razão do poder". Há uma espécie de "gozo louco" pelo poder, que faz subir a cabeça dos que estão jogando para ganhá-lo um dia.

Do ponto de vista psicológico, observa-se que o poder faz o ocupante perder a própria identidade pessoal e assumir outra, contornada pela "fôrma" do próprio poder. Os cargos executivos (presidente, governador, prefeito, diretor, reitor, etc), tem uma fôrma própria, um lugar que marca certa diferença em quem a ocupa em relação aos cargos de segundo escalão (ministros, secretários disso e daquilo, chefes de gabinetes, assessores, etc). As "pequenas autoridades" dos escalões inferiores - mas com algum poder - costumam ter atitudes mais protofascistas que as grandes. São mais propensas a "vender sua alma ao diabo" que as grandes para estar no poder.

O psicólogo Ricardo Vieira, da UERJ, de quem me inspirei para continuar seu artigo, levanta os quatro primeiros indicadores de mudanças que ocorrem com as pessoas que chegam ao poder:

1) no modo de vestir: o terno, a gravata, o blazer e o tailleur que, antes eram utilizados em circunstâncias especiais, passam a ser usados cotidianamente, mesmo quando não é necessário utilizá-los. Alguns demonstram certo constrangimento em trocar a surrada camiseta e passar a usar um blazer ou uma camisa de linho, pelo menos nas ocasiões especiais. Se antes usava um cabelo comprido, despenteado, logo é orientado a cortá-lo, penteá-lo, dar um trato. Na última eleição para prefeito de Maringá, um candidato foi orientado pelo seu marqueteiro para mudar o cabelo enrolado por um penteado de brilhantina. Perdeu a eleição.

2) mudam as relações pessoais: os antigos companheiros poderão ser substituídos por novos, que o leva a sentir-se menos ameaçado. O sentimento persecutório de "ser mal visto", precisa ser evitado a qualquer preço por quem ocupa o poder.

3) altera o tratamento com o outro, que torna-se autoritário com seus subordinados; gritos e ameaças passam a ser seu estilo. Certa vez, perguntaram a Maquiavel se era melhor ser amado que temido? O autor de O príncipe respondeu que "os dois mas se houver necessidade de escolha, é melhor ser temido do que amado".

4) mudam os antigos apoios e alianças. Aqueles que o apoiaram chegar ao poder transformam-se em arquivos vivos dos seus defeitos. O poder leva a desidentificação com os antigos colegas de profissão. É o caso do presidente FHC e do seu Ministro da Educação Paulo Renato Souza, depois de executivos, ambos não se veem mais professores.

5) Resistência em fazer autocrítica. Antes, vivia criticando tudo que era governo ou tudo que constituía como efeito de governo. Mas, logo que passa a ocupar o poder, revela "sua outra face", não suportando a mínima crítica. O poder os torna cegos e surdos a crítica. Uma pesquisa de Pedro Demo, da Universidade de Brasília, constata que os profissionais de academias apreciam criticar a tudo e a todos, mas são pouco eficazes na crítica para consigo mesmos. Enquanto só teorizavam, nada resolviam, mas quando passam a ocupar um cargo que exige ação prática, terá que testar a teoria; agora é que "a prática se torna o critério da verdade" [5] . Por falta de referencial e por excesso de idealismo, é frequente ocorrerem bobagens e repetições dos antigos adversários, tais como: fazer aumentos abusivos de impostos, aplicar multas injustas, discursos cínicos para justificar um ato imoral de abuso de poder, etc. Há um provérbio oriental que diz: "quem vence dragões, também vira dragão".

Os sujeitos quando no poder protege-se da crítica reforçando pactos de autoengano com seus colegas de partido. Reforçam a crença de que representam o Bem contra o Mal, recusam escutar o outro que lhe faz crítica e que poderia norteá-lo para corrigir seus erros e ajudar a superar suas contradições. Se entrincheirarem no grupo narcísico, o discurso político tornar-se-á dogmático, duro, tapado, e podemos até prever qual será o seu futuro se tomar o caminho de também eliminar os divergentes internos e fazer mais ações de governo contra o povo, "em nome do povo".

 

 Infelizmente assim é o poder: seduz, corrompe, decepciona e faz ponto cego e surdo nos seus ocupantes temporários.

 

 
 * Psicanalista e professor da UEM